PAUSA

                                                                                 (Para Alexandre Faria)

Hei de escrever, no silêncio de todos os batuques,
Sambas marcados no primeiro,terceiro,
No segundo e no quarto tempo.

Hei de escrever com silêncio todas as semibreves,
Mínimas de todas as semínimas,
Colcheias de tantas semicolcheias,
Fusas tontas de muitas semifusas.

Hei de escrever sob silêncio de todo canto
Posto da voz às mãos sobre a mesa,
Desafinadas notas afinadas de tão tortas,
Uníssono dissonante em si
Lá sabe quando dará o tempo agora,


De um gesto que arromba a vida
Atravessa o verso do cotidiano
E faz do amor propósito do desejo.

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